TEORIA DA LITERATURA: A NARRATIVA


A partir dos estudos realizados sobre crônicas, analise as afirmações a seguir:

 I- A crônica está pautada em fatos e acontecimentos corriqueiros, relacionados ao dia a dia das pessoas, muitas vezes baseadas em eventos aparentemente banais, que ao serem transpostos para o papel, ganham outra visão devido ao olhar subjetivo do autor.

II- Por ser um texto que expõe os sentimentos, emoções e pensamentos do autor a um leitor que considera um amigo, como se fosse uma “conversa fiada”, o uso da linguagem tende a ser mais próximo deste interlocutor.

III- Por meio da natureza ensaística é que a criticidade é presente nas crônicas.

IV- Os assuntos das crônicas sempre estão ligados a assuntos abordados nos noticiários e, quando se passa o “barulho” da notícia, a crônica tende a cair no esquecimento e se tornar incoerente, pois é baseada em situações reais que muitas vezes o problema acaba por se resolver ou apenas cair no esquecimento das pessoas.

 

São CORRETAS as afirmações contidas em:


I, III, IV.


II, III, IV.


I, II, III, IV.


I, II, III.


I, II, IV.

A partir dos estudos realizados sobre crônicas, reflita sobre a seguinte questão:

 

O que diferencia a crônica temporal da crônica atemporal?

 

Agora, marque a alternativa que apresenta a resposta correta a esta pergunta.


Não há diferença entre as crônicas temporais e atemporais, possuem a mesma temática e estrutura.


Enquanto as crônicas temporais normalmente são ligadas às notícias de jornal e que possuem uma duração curta, as crônicas atemporais são aquelas escritas com temáticas universalistas.


As crônicas atemporais possuem uma estrutura fixa, padrão; as crônicas temporais não possuem estrutura fixa.


Enquanto as crônicas atemporais normalmente são ligadas às notícias de jornal e que possuem uma duração curta, as crônicas temporais são aquelas escritas com temáticas universalistas.


Enquanto as crônicas temporais falam sobre o tempo, as crônicas atemporais falam sobre os demais assuntos do cotidiano.

Com base na leitura do capítulo O gênero romance na perspectiva da cosmovisão carnavalesca, responda:

 

Em qual das alternativas a seguir, todos os textos são considerados literários?


Contos, crônicas, novelas e resenhas.


Artigos, resumos, resenhas e novelas.


Poemas, resumos, novelas e contos.


Poemas, contos, romances e novelas.


Quadrinhos, crônicas, romances e poemas.

Leia a afirmação a seguir:

 

“... a crônica está sempre ajudando a estabelecer ou restabelecer a dimensão das coisas e das pessoas. Em lugar de oferecer um cenário excelso, numa revoada de adjetivos e períodos candentes, pega o miúdo e mostra nele uma grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitadas. Ela é amiga da verdade e da poesia nas suas formas mais diretas e também nas suas formas mais fantásticas....” (Antonio Cândido)

 

Com base nesta citação de Antônio Candido e nos seus estudos sobre crônica, assinale a alternativa CORRETA:


as crônicas registram a complexidade da vida cotidiana, por meio de descrições detalhadas de situações, lugares e pessoas.


as crônicas possuem uma função comercial, em que através delas o cronista busca convencer os leitores sobre a aquisição de produtos.


as crônicas trabalham com a ficção e não com a realidade cotidiana.


as crônicas exploram a cientificidade de temas cotidianos, através do excesso de argumentos.


as crônicas registram o circunstancial, o efêmero, que recriam com engenho e arte o real, que exploram a função poética da linguagem, que imprimem leveza ao discurso narrativo.

Leia o texto abaixo, extraído do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

 

“Desta vez porém Luizinha e Leonardo, não é dizer que vieram de braço, como este último tinha querido quando foram para o Campo, foram mais adiante do que isso, vieram de mãos dadas muito familiar e ingenuamente. E ingenuamente não sabemos se se poderá aplicar com razão ao Leonardo.”

Considere as afirmações a seguir sobre o comentário feito em relação à palavra "ingenuamente", presente na última frase do texto:

 

I. O narrador aponta para a ingenuidade da personagem frente à vida e às experiências desconhecidas do primeiro amor.

II. O narrador, por saber quem é Leonardo, põe em dúvida o caráter da personagem e as suas intenções.

III. O narrador acentua o tom irônico que caracteriza o romance.

 

A(s) afirmativa(s) correta(s) é(são):


II e III.


III.


I.


II.


I e III.

Sobre a narrativa autobiográfica, analise as afirmações que seguem:

 

I- A autobiografia, na Antiguidade, tinha como objetivo a transmissão das tradições familiares patriarcais, fazendo com que essa escrita autobiográfica se caracterizasse como “um fato público-histórico e nacional.”

II- Os detalhes do cotidiano não têm contribuído para a compreensão dos objetivos da escrita autobiográfica através dos tempos.

III- Hoje, não se escrevem mais textos autobiográficos, pois não agradam ao público contemporâneo.

IV- A autobiografia é uma escrita retrospectiva, uma narrativa que uma pessoa faz de sua própria vida.

V- Na autobiografia, o autor focaliza de forma intensa a história de sua vida individual e, ainda que utilize um nome diferente, podemos verificar que a identidade do autor, do narrador e da personagem é a mesma.

 

São CORRETAS as afirmações contidas apenas em:


I, II, III.


I, IV, V.


II, IV, V.


I, III, V.


III, IV, V.

Leia o texto a seguir:

 Facultativo

 Estatuto dos Funcionários, artigo 240: "O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público" (com maiúsculas).

 Então é feriado, raciocina o escriturário que, justamente, tem um "programa" na pauta para essas emergências. Não, responde-lhe o Governo, que tem o programa de trabalhar; é consagrado, mas não é feriado.

 É, não é, e o dia se passou na dureza, sem ponto facultativo. Saberão os groenlandeses o que seja ponto facultativo? (Os brasileiros sabem) É descanso obrigatório no duro. João Brandão, o de alma virginal, não entendia assim, e lá um dia em que o Departamento Meteorológico anunciava: "céu azul, praia, ponto facultativo", não lhe apetecendo a casa nem as atividades lúdicas, deliberou usar de sua "faculdade" de assinar o ponto no Instituto Nacional da Goiaba, que, como é do domínio público, estuda as causas da inexistência dessa matéria-prima na composição das goiabadas.

 Encontrou cerradas as grandes portas de bronze, ouro e pórfiro (*), e nenhum sinal de vida nos arredores. (...) Tentou forçar as portas, mas as portas mantiveram-se surdas e nada facultativas. (...) João decidiu-se a penetrar no edifício, galgando-lhe a fachada e utilizando a vidraça que os serventes sempre deixam aberta. E começava a fazê-lo com a teimosia calma dos Brandões quando um vigia brotou da grama e puxou-o pela perna.

 - Desce daí, moço. Então não está vendo que é dia de descansar? (...) Então não sabe o que quer dizer facultativo?

 João pensava saber, mas nesse momento teve a intuição de que o verdadeiro sentido das palavras não está no dicionário; está na vida, no uso que delas fazemos. Pensou na Constituição e nos milhares de leis que declaram obrigatórias milhares de coisas, e essas coisas, na prática, são facultativas ou inexistentes. Retirou-se, digno, e foi decifrar palavras cruzadas.

 (*) Pórfiro = tipo de rocha; pedra cristalina.

 (Carlos Drummond de Andrade, Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, pp. 758-759)

 

A crônica favorece a compreensão de que há diferentes tipos de texto, como há diferentes usos da linguagem. Isso se verifica, por exemplo, quando se comparam


a linguagem literária e o emprego de uma palavra como "pórfiro".


a linguagem típica de um estatuto e a linguagem empregada em situação de conversa.


o rigor da redação técnica e a informalidade da construção "encontrou cerradas as grandes portas".


o formalismo de uma expressão como "e lá um dia" e a informalidade de uma construção como "galgando-lhe a fachada".


a linguagem jurídica, obediente à norma culta, e a linguagem da crônica, que desconsidera quaisquer cuidados gramaticais.

Com base na leitura do conto “O tesouro”, de Eça de Queirós, analise as afirmações que seguem:

 

I. É uma história de amor, pautada em um romance proibido entre irmão. 

II. A ação concentra-se em torno de uma "viagem" de três irmãos pela floresta em busca de um tesouro perdido, tendo como tema principal a ambição desmedida e resumindo a moral da história ao sábio ditado popular "quem tudo quer tudo perde". 

III. As personagens começam por ser apresentadas coletivamente ("Os três irmãos de Medranhos..."), mas à medida que a ação progride, a sua caracterização vai se individualizando, como que sublinhando o predomínio do egoísmo individual sobre a aparente fraternidade.

IV. A ação é localizada nas Astúrias e decorre, a parte inicial, nos "Paços de Medranhos" e, a parte central, na mata de Roquelanes. Somente o episódio do envenenamento do vinho é situado num local um pouco mais longínquo, na vila de Retorquilho.

V. A natureza, calma, pacífica, renascente (...um fio de água, brotando entre rochas, caía sobre uma vasta laje escavada, onde fazia como um tanque, claro e quieto, antes de se escoar para as relvas altas.), contrasta com o espaço interior das personagens, que facilmente imaginamos inquietas, agitadas, perturbadas pela visão do ouro e ansiosas por dele se apoderarem, com exclusão dos demais. 

 

São CORRETAS as afirmações contidas apenas em:

 


I, II, III, IV, V.


I, II, III, IV.


I, II, III, V.


I, III, IV, V.


II, III, IV, V.

Uma das formas de narrativa é a epopéia. A definição que melhor representa esse gênero é:


Texto que busca a dessacralização da linguagem e do fazer poético.


Poema de origem folclórica,  desenvolve-se em torno de um único episódio, que pode ser melancólico, histórico, fantástico ou sobrenatural.


Canto de luto e tristeza, estruturados em dísticos, formados de versos hexâmetros ou pentâmetros.


Um poema marcado pela emoção, pela musicalidade e pela eliminação do distanciamento entre o eu poético  e os objetos cantados.


Uma longa narrativa literária de caráter heróico, grandioso e de interesse nacional e social.

Nas alternativas abaixo, os trechos transcritos de "Memórias Sentimentais de João Miramar" correspondem à voz do narrador, EXCETO:


"Este clube é um lar! Nele, o espírito hospitaleiro é uma prerrogativa ao lado do catecismo moral da juventude!."


“Senhor convosco, bendita sois entre as mulheres, as mulheres não têm pernas, são como o manequim de mamãe até embaixo. Para que pernas nas mulheres, amém.”


"Entrava doméstico para comer e dormir longe de Célia. Os criados eram garçons de restaurante.


"Beiramávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol.


"A costa brasileira depois de um pulo de farol sumiu como um peixe. O mar era um oleado azul."

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